terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Dacia


Apesar de colorido, para mim o cinema continua a ser dos antigos. Quero com isto dizer que as cores estão desvanecidas, se é que realmente existem. Acordo tão cedo e vejo tudo tão branco e volto para casa tão tarde e vejo tudo tão negro que parece que a cor fugiu para outro lugar qualquer…

Ainda assim consigo compensar a minha relação com este País através das conversas e dos cheiros que troco com as pessoas de cá. E digo isto porque o tacto é algo que me está proibido e porque os sabores são mascarados pelo cansaço.

A humildade do povo é inquietante e o desejo de abertura a novos horizontes também. Não fosse a neve e julgaria estar em Portugal. Talvez seja devido ao facto de sermos ambos latinos, ciganos e pobres.

Comprados os direitos de fabricar o Renault 12, foi fundada a Dacia. Há-os de todos os tipos, feitios e cores na medida em que as consigo distinguir. Ora sob a neve, ofuscados pela lama ou cobertos de noite, estão em todo o lado. São resistentes, fáceis de arranjar e baratos. Ultimamente foram comercializados novos modelos, com ABS, Airbags, Injecção electrónica e ar condicionado. Estes já não os consigo distinguir. Os motores continuam a ser franceses, mas isso não interessa para os romenos. O que realmente importa é que são nacionais, é que são deles, é que são Dacia.

1 comentário:

mai xinti disse...

Nunca te imaginei a falar tanto de carros para além das cores que têm... De qq modo, dá um ar técnico se para falares apenas por inciais (ac; ve, ie;...manias).