sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Da última vez

Que deixei de fumar, consegui ficar 3 anos sem voltar. Devo confessar que por vezes já me esquecia do prazer imenso que é fumar. Daquele sabor agradável que se infiltra pelas papilas gustativas do nosso músculo mais complexo, da sensação forte e poderosa que é a de engolir o fumo, das ligeiras tonturas que se sentem quando o cérebro é bafejado pelas doces toxinas que o sangue amigavelmente lhe oferece.

O regresso ao prazer foi absolutamente necessário. Estava há 3 ou 4 dias sem dormir, não tinha tempo para almoçar nem para tomar banho e tudo o que tínhamos planeado transformara-se numa improvisação à custa de quem já tinha ensaiado para outras peças. Mas nunca para aquela. E nunca com tanta gente a assistir.

O que nos valeu foi o espírito que entretanto se foi criando por todos aqueles que foram chamados a assumir as responsabilidades que não eram suas. Quando uns falharam, os outros, nós, tivemos de avançar!

E assim foi. Ao fim de 4 dias a remendar o que não devia ser remendado, alguém se lembrou de dizer. Vou fumar um cigarro!

Lembro-me que se fez um silêncio enorme à porta da P-16 onde estávamos a colar (com uma fita cola que não colava) umas cartas topográficas coloridas cuja impressão (feita na empresa do pai do Roger, para ser mais barato) tinha ficado desfocada e alterava as linhas das coordenadas. Sem isto os rapazes podiam perder-se no Raid!

O silêncio foi bastante prolongado, ou pelo menos assim me pareceu. Afinal, de todos os presentes, só dois é que fumavam. Todos os outros eram ex-fumadores. Éramos, ao todo, oito.

Passados uns 3 meses, quatro tínhamos voltado a fumar.


XXIII ACAREG


Desta vez o ACAREG foi mais calmo. Se dormi mal foi porque fiquei na conversa até tarde, almocei sempre a horas e não houve um único dia que não tomasse banho. Trabalhei, é certo, mas desta vez não fui bombeiro.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Não foi hoje, mas foi ontem…



Que fez um ano que deixei de fumar. Ainda não sei se fiz bem…

Agora que penso nisso de forma mais desafectada (não muito mais), chego à conclusão que não foi por causa da saúde. Sinceramente não me importava com a tosse cavernosa duas vezes por ano, nem com o terrível medo do bicho papão chamado cancro no pulmão.



O dinheiro também nunca foi muito importante na minha relação com o cigarro. Fumava quando me apetecia e, caso não tivesse muito dinheiro, acedia sem hesitações ao tabaco de enrolar.



O prazer de fumar é imenso! Quem julga que os que fumam são estúpidos está muito bem enganado. O fumo é mesmo bom! Fumar é maravilhosamente bom…



Então porque é que deixei de fumar?

Apesar de ainda não saber lá muito bem o que se passou pela minha cabeça, acho que o verdadeiro motivo foi a teimosia. Custa-me o facto de não poder não fumar! A sensação de ter de fumar o décimo quarto cigarro do dia, que é deixado mal apagado em cima da mesa do escritório, o pânico de ir para casa só com meio maço no bolso e ter de passar pela estação de serviço… o “ter de” sempre me fez cócegas ao intelecto.



Assim optei por me libertar deste “ter de” fumar.

Burro!

Agora tenho de continuar…