“Já está!”
Esta é a frase que mais escuto nos últimos tempos, vinda dos labirintos esquecidos e incompreendidos do meu inconsciente. Pelo menos assim o diria Freud.
Tentei compreender o incompreensível, uma vez que não é possível lembrar o esquecido. Pelo menos sem ajuda, assim o diria Freud.
Acho que a frase nasceu num sentimento muito forte que me acompanha desde o momento que terminei um ciclo de trabalho verdadeiramente mortífero. Ainda não acabei tudo, mas agora tenho autorização para colocar a preguiça à frente. A consciência é uma negociadora implacável, e quase nunca o tédio consegue ganhar à culpa.
Conseguiste superar mais esta fase da tua vida. O trabalho moeu, mas não matou!
“Já está!”
Logo de seguida foi necessário obedecer ao imperativo do Natal. As boas disposições do costume, prendas, embrulhos, broas e coscurões. Viagens para casa dos sogros, visitas aos pais, jantares com amigos e mais boas disposições. Ah! E mais prendas, e visitas aos locais onde costumo trabalhar, e telefonemas e mensagens e… padrinhos e afilhados!
“Já está!”
Arrumar as prendas, a casa dos sogros, a nossa casa, agradecer a lembrança e… preparativos para o ano novo. Negociar com amigos e família sobre os locais, pesquisas na net sobre os quais, os mais perto e os mais baratos. Compras de última hora, filas, reclamações, multibancos, viagens a casa dos sogros, dos papás, telefonemas e mensagens, desejos de felicidade e de boas entradas. Mais boas disposições. Correrias em Lisboa, fugas ao trânsito, discussões e empurrões. Champanhe em chuvisco, lixo e mijo.
“Já está!”
Não me admira que esta quadra acabe em fogo de artifício. O que me admira é a conotação que este continua a manter com o orgasmo.
terça-feira, 2 de janeiro de 2007
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