sábado, 3 de fevereiro de 2007

Transilvânia


As relações humanas neste povo são quase impossíveis de compreender por parte de alguém que apenas tem um vizinho.

Há aldeias alemãs, igrejas católicas e catedrais ortodoxas espalhadas um pouco por toda a transilvânia. Também é frequente encontrar “palácios” ciganos onde a ostentação, magnificência e opulência das construções apenas é comparável com a sua inutilidade. Os Reis ciganos têm palácios para se ver. Não para viver.

A relação com a Hungria é bastante interessante. Responsável pela maior parte das invasões que ocorreram neste país, as suas marcas estão por todo o lado. Os restaurantes têm menus em romeno e em húngaro, há escolas e universidades húngaras, todos têm um pai, tio ou avô húngaro. Muitos romenos só falam húngaro e é normal assistir a conversas de café com tradutores de ocasião.

Na transilvânia fala-se muito húngaro e as lojas de “souvenires”, iguais em todo o lado, são dominadas por estes. Não gostam de romenos, não têm canecas nem cinzeiros com as tricolores bandeiras e as compras têm de ser feitas na sua língua.

O que os une verdadeiramente é o Drácula. Conde oriundo destes bosques gelados e sombrios, dos poucos onde ainda se podem ver ursos selvagens, ficou conhecido pelo facto de empalar os seus inimigos. O cinema norte-americano fez o resto. Hoje é uma atracção da transilvânia. Os últimos estudos apontam-no como o maior responsável pelo fluxo de turistas à região.

Assim, enquanto os bosques se vão deixando arrefecer pela neve, os húngaros da transilvânia continuam a pendurar os seus fios empalados à beira da estrada, enquanto se aquecem em fogueiras improvisadas com a madeira que os pinheiros lhes oferecem. Tal como na idade média, sustentam alhos, cebolas e, agora, todo o tipo de recordações que invocam o senhor da terra.

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