segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Oświęcim

Pequena cidade a cerca de 65 Km a Oeste de Cracóvia, pouco tem de interessante para além da estação de comboio. Faz lembrar uma daquelas cidades americanas escondidas no deserto do Texas, com algumas casas de dois andares que cresceram à espreita da única estrada alcatroada que atravessa a região. Neste caso a estrada é composta de duas linhas de ferro, em vez do alcatrão derretido pelo sol.



Em 1940 Oświęcim foi objecto de estudos geológicos. Os alemães recém entrados na Polónia analisaram a capacidade de drenagem das vastas planícies que sustentavam o cultivo de cereais. A grande capacidade de drenagem aliada ao facto de o terreno ser plano agradava-lhes. Principalmente porque nesta pequena localidade se situava um nó ferroviário de alguma importância. Central e com grande capacidade de movimentação de transportes, tanto de comboios como de carros, era o local ideal para a localização de um novo pólo industrial. Esse pólo foi desenvolvido o quanto antes. Lá se instalaram fábricas de borracha sintética e de combustível, como a Buna-Werke, bem como, com o decorrer da segunda guerra mundial, toda uma série de fábricas relacionadas com o esforço de guerra alemão.



Provavelmente nunca ninguém ouviria falar de Oświęcim não fora o facto de lá se ter instalado a maior de todas as fábricas, ela sim imprescindível ao sucesso de todas as outras…







… e se muito poucos escutaram este nome foi porque os alemães o mudaram logo após a ocupação. Oświęcim passou a figurar nos mapas de geografia como Auschwitz.



A entrada é gratuita (como só o poderia ser) e é visitado cerca de 250.000 pessoas anualmente: Americanos que contemplam a arquitectura e as madeiras dos telhados que resguardam as casernas abandonadas pelo exército polaco ainda antes da eclosão da guerra,





grupos de jovens em excursões escolares, famílias que aproveitam o dia para saírem de casa, peregrinações de judeus que ostentam a bandeira de Israel e rezam baixinho cânticos que ensurdecem as nossas almas. Cá fora há amplos jardins que convidam a um pique-nique e vários parques de estacionamento para autocarros autopluma com ar condicionado.



Por 2 zlotis e meio compramos o guia do museu património da humanidade e pela mesma quantia assistimos ao filme de 30 minutos que faz o necessário enquadramento. Ao todo gastamos 1 euro e meio (se não contarmos com o zloti e meio que gastamos nas imaculadas casas de banho guardadas por circunspectas, mas nem por isso antipáticas, senhoras de semblante carregado). Há minibuses que nos levam, também gratuitamente, em silêncio durante 3 km até Birkenau. Também nos trazem de volta. Ainda bem.





Nós não gastámos os 210 zlotis da visita guiada. Ainda mal…

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