quarta-feira, 1 de agosto de 2007

1 de Agosto

É amanha dia 1º de Agosto
E tudo em mim é um fogo posto
Sacola ás costas, cantante na mão
Enterro os pés no calor do chão
É tanto o sol pelo caminho
Que vendo um, não me sinto sozinho
Todos os anos, em praias diferentes
Se buscam corpos sedosos e quentes

Adoro ver a praia dourada
O estranho brilho da areia molhada
Mergulho verde nas ondas do mar
Procuro o fundo p’ra lhe tocar
Estendido ao sol, sem nada dizer
Sorriso aberto de puro prazer


Desde a puberdade que temos a infantil tradição de ligar um ao outro a cantar esta canção dos Xutos. Ora sou eu que ligo, ora é o João. Por vezes um esquece-se, mas o outro lembra-se sempre. Desta vez tenho a certeza de que o João se vai esquecer, fruto da nova categoria social que adquiriu à cerca de um mês.

Desde então, o 1º de Agosto é para mim um dia diferente… especial. Para além de marcar o verdadeiro início das férias, transporta-me para os abafadinhos perto da escola secundária e para os melos atrás do pavilhão, para os cadernos enrolados no bolso de trás das calças e para as botas da tropa e t-shirt manchada de lixívia no pico do verão.

Mas este ano o 1º de Agosto também é diferente e especial por outro motivo. O escutismo faz 100 anos.

Nem sempre bem utilizado, nem sempre bem aplicado, provavelmente com razões obscuras na sua nascença… o facto é que se impôs e praticamente não conseguimos imaginar o nosso mundo sem ele. Parece que sempre existiu alguma espécie de organização juvenil com ideais engraçados e que serviu para modelar alguns dos mais duros e íntegros seres humanos que conhecemos. “Claro que Vasco da Gama foi escuteiro!” responderá qualquer Explorador enquanto suja as mãos na vã tentativa de fazer um nó de escota.

O que é certo é que hoje faz 100 anos que o General Inglês Robert Stephenson Smith Baden Powell foi acampar com vinte de rapazes para a ilha de Brownsea, fundeada no Canal da mancha.



Daqui a nada, perto das 8 da manhã, não estranhe se um estranho estranhamente se levantar e começar a gritar bem alto umas frases esquisitas. Provavelmente é um escuteiro a fazer a renovação da sua promessa, em conjunto com cerca de 28 milhões de escuteiros por este mundo fora.

Eu, como sou diferente, vou ficar a dormir que dia 2 vou para a Polónia, comemorar, à minha maneira, o dia 1 de Agosto.

3 comentários:

ComAmor disse...

Pois é,
Pois é...
Pela boca morre o peixe...

Alguma vez em tempo algum iria eu esqueçer-me do 1.º de Agosto.

Existem momentos que não se esquecem, por mais que se vivam experiencias, diferentes quanto à intensidade, aos lugares, ao tempo e outras variaveis...

Quanto ao dia 1º de Agosto, e publicamente o afirmo, não tem tanto a ver com a melodia da canção, nem com a letra mas sim com as pessoas que a ela estão ligadas.

Não querendo entrar em exageros sem ti esta canção não teria o significado que tem.

Bem, em boa verdade, também não posso esquecer o Gonçalo se bem que a um nivel diferente, mas esse desgraçado que faz questão de não dar noticias, que prima por desaparecer por longas temporadas, que faz do silencio e da ausencia a sua forma favorita de ser lembrado nos nossos corações quando o vir, vou-lhe dizer a famosa frase F.... C.... F... porque raio nem no dia 1º de Agosto dizes ao menos: "F... C... F...."

Um grande abraço para ti meu grande amigo NUNO.

Que o primeiro de agosto viva nos nossos corações por gerações e gerações de descendentes...

Grilo Falante disse...

E, afinal, não te esqueces-te de telefonar.

João Feijó disse...

Não é que eu e um amigo também temos esse hábito? Por acaso este ano esquecemonos os dois... (mas eu lembrei-me no dia 30 de Julho).

Boa viagem lá pela Polónia