sexta-feira, 23 de março de 2007

Tribuna Numeru Quattor

A minha veia sofista latejava sem me doer. Foi inchando, qual variz azul arrocheada, pronta a explodir sob a forma de hemorragia interna.

Sem me dar conta fui sendo seduzido pelas tribunas dos grandes e dos crescidos. A tentação de modificar os que já foram modificados é muito forte. E dá um gozo bestial (de besta, animalesca).

A formação profissional já me levou a bancos de gestão de fortunas pessoais, a hospitais, seguradoras, empresas de contabilidade e à prisão do Linhó. Também já me levou à Roménia.

Com flipcharts, jogos pedagógicos, quadros brancos e câmaras portáteis (sim, porque eu evito ao máximo os tenebrosos powerpoints), subo para o púlpito da sala de formação, bonito mas não engravatado, e lanço-me aos adultos!

A sensação é maravilhosa! Costumo compará-la com o namoro. Há sedução, descobrir e deixar-se descobrir, viver vidas e deixar viver a nossa. As relações tornam-se fortes e a monotonia não existe. Há jantares de final de curso (muitos), lágrimas e copos. Há terapias de grupo. Há momentos fortes, muito fortes. Iguais, só nos escuteiros.

A sensação de mudar o mundo também surge, por vezes. Mas essa, creio, é a última tentação dos sofistas.

Sem comentários: